Charles Hardin (Buddy) Holly
nasceu em 7 de setembro de 1936 em Lubbock, Texas (EUA), foi o quarto filho de
Lawrence e Ella Holly. Quase todo mundo tinha apelido, sua família o chamava de
"Buddy."
Os Hollys eram uma família de músicos e Buddy,
aos onze anos, começou a ter aulas de piano, mas logo mudou para guitarra.
Os irmãos mais velhos, Larry e Travis, aprenderam a tocar violão. A irmã Pat
cantava duetos com a mãe à noite no piano da sala. Todo domingo, os Hollys
assistiam aos cultos na Igreja Batista, cantando hinos de louvor à Deus.
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1939 - Com o pai |
1941 - Com 4 anos de idade |
Anos 50 - Com os pais |
Os
pais, já idosos |
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Adolescente - Foto de estúdio |
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Ainda adolescente passou a ganhar algum dinheiro cantando cover de musica
country com seu colega de escola Bob Montgomery. A virada começou em 1955 quando
Holly viu Elvis Presley:
“- Sem Elvis nenhum de nós teria feito isto.”
Disse, em 1958, à Ren Grevatt, colunista da Billboard.
Em outubro de 55, Buddy e Bob fizeram a abertura de um show de Bill Haley & The
Comets no Fair Park Coliseunm, o produtor Eddie Crandall gostou do que viu e
intermediou um contrato com a Decca Records para uma gravação solo,
“Blue Days, Black Nights" foi gravado em 26 de janeiro de 1956, na sessão
também gravou "Love Me" , "Don't Come Back Knockin" e '”Midnight Shift”.
Foi
lançado em compacto simples em 21 de abril de 1957, com “Love Me” no verso,
tem-se a noticia que vendeu 19.000 cópias.
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Os
Crickets (trio) |
No
começo, gravavam pela Decca, mas o sucesso veio mesmo quando foram contratados
pela Coral. Eles eram produzidos por Norman Petty e gravavam os discos no
estúdio de Norman Petty em Clovis (Novo México).
Entre as músicas que gravou encontrava-se "That'll Be The Day", que ele usou no
título em uma frase que John Wayne repetia ao longo do filme "The Searchers".
Também lançou "Down the Line" com seu parceiro Bob Montgomery.
De volta a Lubbock, formou sua própria banda: The Crickets, o grupo era formado
originalmente pelo vocalista e guitarrista rítmico Buddy Holly, o baterista
Jerry Allison, o baixista Joe B. Mauldin e o guitarrista solo Niki Sullivan.
Sullivan deixou a banda pouco mais de um ano após sua entrada para terminar os
estudos. "The Crickets" virou um trio e continuou a se apresentar e
a gravar.
A
Fender® criou a quitarra Stratocaster® na primavera de 1954, mas como naquela
época o uso da guitarra elétrica ainda não era muito difundido, o modelo ficou
cerca de três anos sem um grande lançamento ou aparição. Isso mudou quando a
banda The Crickets, do Texas, se apresentou no Ed Sullivan Show em 1957 e seu
vocalista/guitarrista Buddy Holly usou uma Stratocaster® para tocar ao vivo.
A música de Holly era sofisticada para sua época, incluindo o uso de novos
instrumentos (para o Rock and Roll). Holly era um bom guitarrista rítmico,
notável em músicas como "Peggy Sue" e "Not Fade Away". Holly podia fazer músicas
do tipo garoto-ama-garota como o melhor de seus contemporâneos, mas outras músicas com letras sofisticadas, harmonias e melodias muito bem
trabalhadas e complexas, que não haviam ainda sido mostradas no gênero.
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Embarque para Inglaterra - março de 1958 |
Holly também conseguiu administrar algumas das "guerras" raciais que pontuavam o
Rock, conseguiu ganhar uma platéia quase toda de negros quando acidentalmente
tocou no Teatro Apollo em Nova York (Diferente do que aparece no filme de sua
biografia, levou muitas performances para a audiência se convencer de seu
talento).
Depois de muitas músicas de sucesso, em 1 de Março de 1958 ele e os Crickets
iniciaram a única turnê internacional, para a Inglaterra, na platéia tinha dois
adolescente que futuramente entrariam para a história do Rock: Paul McCartney,
que cita Holly como uma de suas principais influências, e o outro, Mick Jagger
que também recebeu forte influência musical de Holly, tanto que um dos primeiros
sucessos de sua banda, a "Rolling Stones", foi uma versão de "Not Fade Away".
O cantor se mudou para Nova York com o objetivo de iniciar uma carreira solo e
aprender produção e outros truques da indústria fonográfica. Enquanto isto
permanecia em seu apartamento gravando demos acompanhados do violão.
"Crying, Waiting, Hoping" foi uma das demos acústicas que Holly gravou em seu
apartamento no final de 1958. Este registro embrionário foi recuperado pelo
produtor Norman Petty, que colocou o grupo Fireballs para reforçar o som. Em
1959, a música foi lançada como single e os Beatles a gravaram no teste que
fizeram para a Decca em 1962, com George Harrison no vocal principal. Algumas
das outras canções eram "Peggy Sue Got Married" e "Learning The Game".
Apesar do acompanhamento a qualidade sonora era excelente e isso foi de grande
utilidade no futuro.
O estilo pessoal de Holly, mais controlado e cerebral que Elvis Presley e mais
jovial e inovador que os astros country de sua época, teve uma influência na
cultura jovem nos dois lados do Atlântico por décadas, refletindo
particularmente na música de artistas como Elvis Costello, Eric Clapton e
Marshall Crenshaw, e também em bandas anteriores, como The Byrds e The Turtles.
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1958 - Com a noiva |
1958 - Com seus pais |
Ele se casou com
Maria Elena Santiago
(nascida em Porto Rico), em 15 de Agosto de 1958
em uma cerimônia na casa da família de Holly, em Lubbock,
menos de dois meses depois de a ter conhecido em Nova York,
No final de 1958 Holly estava insatisfeito, achando que precisava de maior
autonomia. Então, se separou de Norman Petty e dos Crickets e começou uma
carreira solo, se apresentando com outros artistas famosos.
Ele
havia se casado e a esposa, Maria Elena Santiago, engravidado, Holly precisava
de dinheiro e resolveu participar da Winter Tour Party, que também tinha
no elenco Ritchie Valens (no auge com os hits "Donna" e "La Bamba"), The Big
Bopper (com o hit "Chantilly Lace") e os novatos Frankie Sardo e Dion DiMucci.
Para tal empreitada, ele selecionou novos músicos para acompanhá-lo: Carl Bunch
(bateria), Tommy Allsup (guitarra) e o futuro super astro da country music
Waylon Jennings (baixo).
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Cartaz da turnê |
A turnê começou em Milwaukee, Wisconsin, no dia 23 janeiro de 1959. Os artistas
excursionavam em meio a um inverno rigoroso. As apresentações eram extenuantes e
eles viajavam de cidade em cidade em um ônibus escolar desconfortável.
Na cidade de Duluth (Minnesota), na platéia havia um adolescente de nome Bobby
Zimmerman, 17 anos, aluno do ultimo ano do ensino médio em Hibbing (Minnesota).
Mais tarde esse jovem adotou o nome artístico de Bob Dylan e dizia que parecia
“... haver uma auréola ao redor da cabeça de Buddy”
Quando chegaram a Clear Lake (Iowa) Holly resolveu fretar um pequeno avião para
que ele e sua banda rumassem ao próximo destino, Moorhead. Com isso, poderiam
chegar antes e dormir e comer decentemente, além de conseguirem lavar as roupas
sujas que carregavam.
Após o show na noite de 2 de fevereiro, no Surf Ballroom, falou para o gerente
do local:
"- Ou eu vou para o topo, ou eu vou cair. Mas eu acho que eu vou alcançar as
alturas"
Ligou para Maria Elena em Nova York para dizer que estava tudo bem e que já
estaria viajando para o próximo destino. Mas sabendo que a esposa tinha medo de
pequenos aviões não contou como iria viajar.
O piloto do avião, Roger Peterson, tinha 21 anos e voava havia dois anos. Ele
queria muito fazer a viagem para poder interagir com artistas famosos. Peterson
era dono de um pequeno avião vermelho Beechcraft 35 Bonanza. No último instante
aconteceu algo inesperado. Jennings e Allsup, que deveriam ir com Holly, cederam
seus lugares para Valens e J.P. Richardson. Foi o que salvou Jennings e Allsup.
Pouco depois das 0h30 de 3 de fevereiro,
Ritchie Valens e The Big Bopper se
acomodaram no assento traseiro do avião com toda a roupa suja dos músicos, e
Holly se sentou ao lado do piloto, pouco antes da 1h da madrugada, o avião
avançou lentamente pela pista do aeroporto e decolou, fez uma volta de 180º e
apontou para o norte. Depois de horas sem notícias, Hubert Dwyer, temendo o
pior, pegou
outro avião para refazer a rota do Beechcraft Bonanza. Do alto, viu os destroços
e alertou o xerife local. Os corpos dos músicos estavam espalhados sem vida pelo
campo nevado onde o avião caiu.
Foi um imenso choque, afinal, a morte dos artistas foi a primeira grande perda
dentro da história do rock. A morte de Holly,
Valens e Richardson foi manchete
no mundo todo.
Maria Elena, que estava grávida de seis meses, entrou em estado de choque e
sofreu um aborto. A viúva do músico não compareceu ao funeral e nunca visitou o
túmulo do falecido marido.
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Origem da expressão "o dia em que a musica morreu" |
Todo
mundo já ouviu a expressão "o dia em que a música morreu". Ela foi eternizada em
uma canção de Don McLean descrevendo o fatídico dia em que o avião que
transportava os pioneiros do rock caiu. A música "American
Pie",
de 1971, imortalizou o dia 3 de Fevereiro como o dia que a musica morreu.
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Homenagem dos fãs no
local do acidente |
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Buddy morreu com pouco mais de 22 anos de idade em 03 de fevereiro de 1959.
É
considerado um dos "pais" do Rock and Roll e um de seus músicos
mais influentes. Embora sua carreira tenha terminado tão cedo, o trabalho
deixado por ele é considerado um dos melhores da história do rock e sua música
influenciou não apenas seus contemporâneos mas também as futuras gerações que o
Rock and Roll formou.
O nome
de Buddy Holly foi um dos primeiros a serem incluídos no Hall da Fama do Rock
and Roll quando de sua fundação em 1986. Em 2004 ele foi listado pela revista
Rolling Stone na 13ª colocação entre os "Maiores Artistas de Todos os Tempos".
O enredo dramático da vida de Holly inspirou o filme "The
Buddy Holly Story",
com o ator Gary
Busey.
Vale a pena assistir!
Em 2007 Eric Clapton falou de Buddy Holly em sua autobiografia lançada em livro,
diz:
"...
recordo-me de entrar no recreio da escola no dia em que Buddy Holly morreu e da
emoção que pairava no ambiente. Aquele lugar parecia um cemitério, ninguém
conseguia falar, estávamos todos em choque. De todos os heróis musicais da
época, ele era o mais acessível e autêntico. Não era espalhafatoso, mas sim, um
guitarrista sério e, para cúmulo, usava óculos. Era como se fosse um de nós. Foi
espantoso o efeito que a sua morte teve. Alguns dizem que a musica morreu com
ele. Para mim, pareceu abrir-se."
Em 2009, quando foram lembrados 50 anos da morte de Buddy Holly, Paul McCartney
falou à revista Rolling Stone, EUA:
“-
Ouvir e cantar as músicas de Buddy faz a gente ficar feliz. Parece que aquele
tempo volta, e você é adolescente mais uma vez. Para mim, isso evoca lembranças
lindas, porque foi bem quando eu estava começando a me ligar em música.”
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