1951 - 12 anos

Dion Francis DiMucci nasceu em 18 de julho de 1939 no Bronx, era o mais velho dos três filhos de Pasquale e Frances DiMucci. Ele tinha duas irmãs Joanie e Donna. Seu pai era um marionetista profissional que passava os verões atuando no Borscht Belt, um conjunto de salões, teatros e showrooms de hotéis de Boston à Filadélfia. Frances fazia trabalhos por peça no distrito de confecções.

Ele começou a cantar aos cinco anos. Alguns anos depois, seu tio Lou lhe comprou um violão e lhe ensinou alguns acordes. Seu pai o apresentou a Paul Whitman, um líder de banda da década de 1920 que, na década de 1950, era mais conhecido por descobrir e promover jovens talentos. Por volta dos doze anos, Dion começou a aparecer com Whitman em programas de rádio e televisão ao longo da Costa Leste, incluindo o próprio Teen Club de Whitman.

Quando adolescente, Dion tinha duas coisas, além das meninas, para ocupar seu tempo quando não estava na escola. Um deles era a gangue local, ele pertencia aos Fordham Daggers. A outra passava as noites cantando nas esquinas.

No início de 1957, Dion reservou algum tempo de estúdio e gravou quatro canções de rock and roll como presente de Dia dos Namorados para sua mãe. A demo chegou aos produtores do programa de TV Teen Club da Filadélfia, onde fez sua estréia como ator em 1954.

A reputação de Dion eventualmente se espalhou o suficiente para alcançar Irv Spice, dono da Mohawk Records. Usando músicos de estúdio desconhecidos e o backing vocal Dion gravou "The Chosen Few" e "Out Of Colorado". Depois de vender algumas cópias localmente, foi lançado pela Jubilee, uma grande gravadora de Nova York. No entanto, ainda não foi possível encontrar um público.

Quando abordado por Spicer para gravar um segundo single, Dion disse que só faria isso com seu próprio grupo de apoio. Spicer concordou e Dion encontrou os três melhores cantores de rua que conhecia. Dois eram Carlo Mastrangelo e Freddy Millano, membros da gangue rival, os Imperial Hoods. Junto com Angelo D'Aleo formaram os Belmonts que levam o nome da Avenida Belmont.

Dion começou a ouvir street doo wop e a compor nesse estilo e, no início de 1958, Mohawk lançou "Tag Along" b/w "We Went Away".
Com um som cru e bruto, não é de admirar que poucos discos tenham sido vendidos. No entanto, eles serviram a outro propósito, abriu a porta para eles ingressarem em outra gravadora.

Inicio dos anos 60

Em 1958, Bob e Gene Schwartz, Elliott Greenberg e Allen Sussel fundaram a Laurie Records. Gene Schwartz havia escrito "Tag Along", então, ao procurar uma banda de abertura para Laurie, Schwartz não procurou além de Dion e os Belmonts. O primeiro single da Laurie Record, "I Wonder Why", foi gravado à tarde no Bell Sound Studios de Nova York. O vocal de Dion era ligeiramente plano com leves conotações nasais - um estilo que se tornaria sua marca registrada, mas os Belmonts acertaram em cheio. “I Wonder Why” não era realmente o objetivo de Dion e os Belmonts, mas fazia as pessoas sentarem e ouvirem.

Lançado na primeira semana de maio de 1958, estava nas paradas nacionais duas semanas depois. Antes do final do mês, eles estavam no programa de TV da CBS de sábado à noite de Dick Clark. Para Dion, não haveria como voltar atrás. Imediatamente eles foram contratados para uma excursão de uma noite que cruzou o país. Ele também começou a se envolver com drogas, onde adquiriu o vício em heroína, do qual não abandonou até 1968.

O segundo single dos Belmonts: "I Wonder Why" foi um sucesso, quase chegando ao Top Twenty. Seguiram-se "No One Knows" e "Don't Pity Me", mas o grande sucesso dos Belmonts veio na primavera de 1959 com "A Teenager in Love" (#5). No ano seguinte, "Where or When" alcançou o terceiro lugar.

Os Belmonts viajavam com frequência, muitas vezes em pacotes turísticos com outras estrelas. Em fevereiro de 1959, Dion recusou uma viagem de avião fretado que mais tarde caiu, matando Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper.

No início dos anos 60, Dion e os Belmonts se separaram. O principal motivo foi o vício em heroína de Dion, que ele cultivava desde os dezesseis anos. No início, aqueles ao seu redor tentaram encobrir isso. Em outubro de 1959, enquanto "When and Where" se aproximava do topo das paradas, Dion foi hospitalizado; na tentativa de largar o hábito. A revista Variety observou discretamente que seu médico havia ordenado que ele "tirasse uma licença". A impressão externa era que Dion estava sobrecarregado.

A coesão do grupo desapareceu. Dion estava ocupado com sua nova editora musical, Donna-Joan Music, em homenagem a suas irmãs. 
Os Belmonts decidiram que poderiam sobreviver sozinhos e no verão de 1960 romperam com Dion. O primeiro single deles em Laurie foi "We Belong Together", mas não pegou. Eles se mudaram para a Surprise Records para "Tell Me Why", que era uma bela balada animada, muito parecida com as anteriores com Dion. Na primavera de 1961, "Tell Me Why" foi transferido para Sabrina e finalmente entrou no Top Twenty. Os Belmonts lançaram uma dúzia de singles pela Sabrina em 1964. As vendas foram moderadas a boas ao longo da Costa Leste, e seus sucessos incluíam "Don't Get Around Much Anymore" e "Come On Little Angel".

Na tentativa de exercer sua independência, os três primeiros singles solo de Dion foram distintamente diferentes daqueles feitos com os Belmonts. "Lonely Teenager" apresentava um grupo de apoio com uma protagonista feminina. Com um ritmo animado, estava perto do Top Ten no final do outono de 1960. "The Kissing Game", um disco superproduzido, foi outra mudança completa e foi um desastre. Finalmente, "Somebody Nobody Wants" era um disco cansado e era óbvio que uma mudança era necessária.

No início de 1960 os Del-Satins foram contratados para cantar backing vocals no estilo dos Belmonts. Eles teviram sucessos no Top Ten com "Runaround Sue" (#1), "The Wanderer" (#2), "Lovers Who Wander " (#3) e "Little Diane" (#8) em 1962.

Susan Butterfield - 23 Março de 1963

Com seu contrato com Laurie encerrado em junho de 1962, Dion saltou para a Columbia. Ele trouxe os Del-Satins e teve sucessos com "Ruby Baby" (#2), "Drip Drop" (#6) e "Donna the Prima Donna" (#6) em 1963. Nessa época ele estava gravando para a Columbia. Registros. Dion também apareceu no filme Teenage Millionaire em 1961.

Em 1963 casou-se com Susan Butterfield e tiveram 3 filhos: Tane, Lark e August.
Susan e Dion se conheceram quando ela se mudou de Vermont para o Bronx. Começaram a sair quando Dion tinha 15 anos e Suzy 13.

DiMucci abandonou The Del Satins no final de 1963. Em 1964, Dion lançou uma série de covers sem sucesso e então começou a gravar material de blues por volta de 1965, com pouco sucesso comercial.

"Inicialmente cantando canções para o público adolescente, Dion DiMucci sentiu que os tempos estavam mudando, e não podia permanecer parado, perplexo... Em 1965 gravou um álbum com título apropriado para o que visava em sua carreira: Kickin’ Child.
O garoto dava um chute certeiro no repertório de amenidades juvenis. A gravadora, porém, não queria que saísse da linha pop teen. Afinal foi nela que Dion emplacou 19 hits, ente 1957 e 1963. Kickin’ Child era rock para adultos. O pop juvenil não interessava mais nem aos adolescentes, mas a gravadora não sabia o que estava acontecendo. Dion gravou as canções do álbum em 1965, e  pediu que o produtor Tom Wilson (que plugou Simon & Garfunkel e Bob Dylan), lhes desse um tratamento elétrico (pertenciam todos à mesma gravadora).  Um tratamento realmente de choque para o pessoal da Columbia (atual Sony Music) que se recusou a lançar o álbum, o que levou Dion DiMucci a rescindir contrato. Mais um disco que entrou no rol dos “álbuns perdidos”.
Em 2017, 52 anos depois, Kickin Kid – The Lost Album (a capa, intencionalmente, parecida com a do álbum, The Freewheelin’ Bob Dylan, de 1963), chega às lojas (com selo da Norton), na íntegra, e na ordem em que as faixas foram definidas para o LP. Longe de soar oportunista, o disco está pari pasu com o que se começava a fazer. Foi produzido no ano em que o country rock foi criado, e seria saudado como um dos pioneiros do subgênero, não tivesse os tapes permanecido nas prateleiras da Columbia. Kickin Child, que abre o disco tem sonoridade muito parecida com a de Highway 61 Revisited, de Bob Dylan, o que é até natural. Tom Wilson produziu ambos os álbuns, e Al Kooper toca no dois (a canção é de Buddy Lucas). Quase todo o repertório é autoral (com algumas parcerias). Há três músicas de Bob Dylan, It’s All Over Now, Baby Blue, Farewell, e Baby, I’m in the Mood for You. Dion DiMucci esteve presente a várias sessões de Bob Dylan na época, inclusive na de It’s All Over Now, Baby Blue. Conheciam-se desde 1959, quando Dylan tocou piano para o astro teen Bobby Vee.
Se conheceram na verdade, num show que Dion fez com Buddy Holly, e Dylan foi lá apenas assistir. Dion DiMucci, por sinal, participou do último concerto de Holly, com Richie Valens, e The Big Bopper, no final de dezembro de 1959. Todos morreriam, menos de uma hora depois do show, num desastre aéreo. Dion não estava no mesmo avião porque não topou pagar os 36 dólares cobrados pela viagem. Em entrevista à BillBoard, Dion DiMucci revela que passou décadas sem querer ouvir as músicas do disco perdido. Conta que entrou em crise existencial desde a morte de Buddy Holy e os outros músicos, e que Kickin' Child lhe trazia más lembranças de um período conturbado de sua vida de sua pessoal, e do país. Em 1965 começava a ebulição político-social que varreu os EUA nos anos 60. Ele se conciliou com o passado, voltou a escutar o disco, que é comparável a Abraham, Martin and John, de 1968, álbum que o levou de volta às paradas, fazendo música para gente grande. Este álbum perdido, além de ser música muito boa, para gente grande, agora de várias gerações, é um capítulo recuperado da história do folk rock, um dos melhores." (Copiado do site https://jc.ne10.uol.com.br/).

Em 1967 ele se reuniu com os Belmonts e gravaram "Mr. Movin' Man", "Berimbau" e um álbum Together Again para a ABC Records em 1968. No início de 1968 mudou-se com sua esposa e filha para Miami, onde com a ajuda de seu sogro, ele finalmente abandonou o vício da heroína. Mais tarde naquele ano, ele gravou "Abraham, Martin, and John", uma balada de sucesso número 4 em tributo a Lincoln, King e Kennedy. A sequência, um cover de "Purple Haze" de Jimi Hendrix, alcançou apenas a posição 63 nas paradas.

Os anos seguintes foram gastos cantando em cafés. Agora com a Warner Brothers, seu álbum de estreia, Sit Down Old Friend , contou apenas com sua voz e violão em oito músicas. O próximo lançamento foi o single antidrogas "Your Own Backyard". Nenhum dos dois vendeu bem e Dion se reuniu com os Belmonts. O grupo tocou no Madison Square Garden em meados de 1972, conforme documentado no álbum Reunion . Dion reentrou brevemente no mainstream do show business, aparecendo frequentemente em programas de variedades de TV. Em meados dos anos setenta, Dion e Phil Spector gravaram Born to Be with You , mas só foi lançado no Reino Unido

Dion voltou ao rock and roll em junho de 1987 com uma série de shows esgotados no Radio City Music Hall. 
Sua autobiografia The Wanderer foi publicada em 1988.
Em 1989, com a ajuda de Paul Simon, Lou Reed e kd lang, Dion gravou Yo Frankie sob o produtor Dave Edmunds, conseguindo um pequeno sucesso com "In the Still of the Night". Em 1990 ele excursionou com Edmunds, Graham Parker e Kim Wilson do Fabulous Thunderbirds. Em meados dos anos 90, Dion voltou para Nova York e formou o grupo Little Kings com os guitarristas Scott Kempner dos Dictators e Del Lords, o baixista Mike Mesaros dos Smithereens e Frank Funaro dos Del Lords para compromissos na Costa Leste. .

Dion foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 1989.

Anos 60	2022	2022	Chinatown 2019

 

Página inserida em 03/11/2023

 
Voltar à página principal
 

 
Voltar ao topo da página