|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
Adoniran Barbosa (1910 - 1982) | ||
Origem: | Wikipédia, a enciclopédia livre. | |
Conheçam também: |
www.klepsidra.net/klepsidra24/ |
|
ouvirmusica.com.br/adoniran-barbosa | ||
Clique e ouça todas as 108 músicas |
João Rubinato, consagrado
nacionalmente como
Adoniran Barbosa, (Valinhos,
6 de agosto de 1910 - São Paulo, 23 de novembro de 1982) foi um compositor,
cantor, humorista e ator brasileiro. Ele era o caçula entre 7 irmãos. Filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italianos da localidade de Cavárzere, província de Veneza. Desembarcaram em Santos em 15 de setembro de 1895, passaram pela Hospedaria dos Imigrantes e foram trabalhar nas lavouras do município de Tietê. Aos dez anos de idade sua certidão de nascimento foi adulterada para que o ano de nascimento constasse como 1910 (havia nascido realmente em 1912) possibilitando que ele trabalhasse de forma legalizada. (À época a idade mínima para poder trabalhar era de doze anos) Abandonou a escola cedo, pois não gostava de estudar. Necessitava trabalhar para ajudar a família numerosa - Adoniran tinha sete irmãos. Procurando resolver seus problemas financeiros os Rubinato viviam mudando de cidade. Moraram primeiro em Valinhos (então distrito de Campinas), depois Jundiaí, Santo André e finalmente São Paulo.
Ainda jovem mudou-se com a família para Jundiaí. Em 1924 vão para Santo André,
na grande São Paulo, onde começa a trabalhar para ajudar a família,
seu primeiro trabalho: entregador de marmitas. Aos quatorze anos, já
adolescente, andava pelas ruas da cidade fazendo as entregas e surrupiando
alguns bolinhos pelo caminho.
Aos 22 anos vai para São Paulo, onde se empregou como vendedor de tecidos,
foi depois: tecelão, balconista, pintor de paredes e até garçom.
No começo da década de 30, passou a
frequentar e participar de programas de calouros da rádio Cruzeiro do Sul de São
Paulo. Adotou o pseudônimo de Adoniran Barbosa. Adoniran, nome de seu melhor
amigo, e Barbosa em homenagem ao cantor Luís Barbosa, seu ídolo. Os Demônios da Garoa foram os grandes intérpretes de suas composições, principalmente os sambas que citavam locais da cidade conhecidos dos paulistanos, como os bairros Jaçanã (Trem das Onze) e Brás (Samba do Arnesto), e Avenida São João (Iracema). Elis Regina gravou "Iracema" e "Tiro ao Álvaro" pouco antes da morte de ambos, que vieram a falecer quase na mesma época. Considerado o mais importante nome do samba paulistano, Adoniran retratou a capital e suas idiossincrasias, utilizando-se do "palavreado do povo" paulistano de ascendência italiana, exagerando nos erros de português: como na canção "Tiro ao Árvaro" que significa na verdade Tiro ao Alvo. Às críticas que recebia Adoniran rebatia: "- Só faço samba pra povo. Por isso faço letras com erros de português, porquê é assim que o povo fala. Além disso, acho que o samba, assim, fica mais bonito de se cantar". No rádio ficou famoso seu
personagem Charutinho. Além dos filmes dos anos 50 e anos 60, tais como Candinho,
o longa-metragem de 1953 de Mazzaropi, participou como ator nos anos 70 de
telenovelas da TV Tupi, Mulheres de Areia, na qual fazia um personagem
que se dizia autor dos sambas de Adoniran. Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando e a impossibilidade de sair de casa à noite, dedicou-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Gravou algumas músicas ainda (entre elas "Vide Verso Meu Endereço"), mas com dificuldade - a respiração e o cansaço não lhe permitiam muita coisa mais - deu depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística. Compunha muito pouco. Inventou para si uma pequena arte e com pedaços velhos de lata, de madeira, fazia rodas-gigantes, trens de ferro, carrosséis, movidos a eletricidade. Também vários e pequenos objetos da ourivesaria popular - enfeites, cigarreiras, bibelôs. Fiel até o fim à sua escolha, às observações que colhia do cotidiano, criava um mundo mágico. Quando recebia alguma visita em casa, que se admiravam com os objetos criados pelo sambista, ouviam dele que “...alguns chamavam aquilo de higiene mental, mas que não passava de higiene de débil mental...” Como se vê, cultivava ainda o humor. Marca registrada dele aliás, que aliada à observação da linguagem e dos fatos trágicos do cotidiano, fizeram dele um sambista tradicional e inovador. Boêmio, com direito a mesa cativa no salão principal do Bar Brahma, um dos mais tradicionais de São Paulo, Adoniran passou os últimos anos de sua vida triste, sem entender o que tinha acontecido à sua cidade. "- Até a década de 60, São Paulo ainda existia, depois procurei mas não achei São Paulo. O Brás, cadê o Brás? E o Bexiga, cadê? Mandaram-me procurar a Sé. Não achei. Só vejo carros e cimento armado". Adoniran morreu em 23 de novembro de 1982, aos 72 anos de idade, pobre e quase esquecido. Estava internado no Hospital São Luís tratando do enfisema pulmonar e no momento de sua morte estavam presentes apenas sua mulher, Matilde e uma irmã dela. Foi sepultado no Cemitério da Paz, conforme seu desejo. Deixou sua companheira de mais de quarenta anos e um vazio na música brasileira.
|
"Trem das onze" | Nóis viemos aqui pra beber ou pra conversar? |
Adoniran Barbosa e Elis Regina -"Tiro ao Álvaro" | Especial programa "Ensaio" |
Raízes do samba Adoniran Barbosa- Duplo |
Página inserida em 01/08/2007 |