Sérgio Murilo
Moreira Rosa era seu nome completo, nasceu no bairro do Catete, no Rio
de Janeiro em 2 de agosto de 1941. Sua mãe era Dna. Zazá e teve pelo menos uma irmã, Angélica
Maria.
Foi um cantor e compositor brasileiro que fez parte da fase do rock
anterior à Jovem Guarda, fazia parte de pioneiros como os irmãos Celly e
Tony Campello, além de Betinho & seu Conjunto,
Ronnie Cord,
Carlos Gonzaga, Wilson Miranda, e outros.
Aos 12 anos (1953) já era animador infantil na TV Rio, três anos antes
havia começado a cantar no programa "Os Curumins" da Rádio Tamoio. Em
1956 (15 anos) era considerado como o melhor de cantor de rock'n'roll e
aparecia com frequência no programa "Trem da Alegria", da mesma rádio,
cantando músicas rock-balada, muito em voga na época, no mesmo estilo de
canções que faziam sucesso com cantores como Tony e Celly Campello.
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1952 |
1956 |
1959 - Com a mãe
em entrevista |
1960 |
1961 - Com
Neil Sedaka |
Todas fotos
extraídas da revista Radiolandia |
No ano de 1956
apresentava na TV Rio um programa chamado "Gente Importante" ao lado de
Sonia Muller, programa de calouros infantis.
Participou do filme "Alegria de viver" lançado em julho de 1958.
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1953 -
Provavelmente com a mãe e irmã |
1958 - Cartaz do
filme |
Cena do filme,
Sergio Murilo e banda |
Sem data - Foto
de estúdio |
Em 1959 começou a
participar no programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional, quando
conheceu o compositor Edson Borges, e por intermédio dele conseguiu um
contrato com a gravadora Columbia. No mesmo ano, lançou seu primeiro
disco, interpretando a toada "Mudou muito", de Edson Borges e Enrico
Simonetti e o samba canção "Menino triste", de Edson Borges, que era um
compositor gravado por artistas não ligados ao gênero rock. Ainda em
1959, lançou um de seus maiores sucessos, a balada "Marcianita", de
Marconi e Alderete, com versão de Fernando César, música que se tornou
um clássico do rock no Brasil. Foi regravada por
Raul Seixas em 1973 no disco "Os 24
maiores sucessos da era do rock" (ouça
aqui). Vários outros cantores e cantoras também a regravaram.
Em 1960 (18 anos), começou a se preparar para prestar o vestibular da faculdade de
Direito.
Alcançou outro grande sucesso com "Broto legal", com versão de Renato
Corte Real da musica "I'm In Alove" e foi tema de longa reportagem da revista Radiolândia,
recebendo então tratamento de ídolo. Participou do filme "Matemática
zero, amor dez", de Carlos Augusto Hugo Christensen, cantando "Rock
de morte". No mesmo ano, lançou LP com as musicas: "Marcianita";
"Dó-Ré-Mi"; "Put Your Head On My Shoulder"; "Lua Azul", versão de "Blue
Moon"; "The Diary"; "Menino Triste"; "Se Eu Soubesse"; "É Meu Destino
Amar", versão de "I'm In The Mood For Love"; "Oh! Carol"; "Estúpido
Cupido” (Stupid Cupid); "Personality", e "Mudou Muito". Nesse ano suas
gravações de "Estúpido cupido" e "The diary", com acompanhamento do
maestro Lyrio Panicali foram incluídas na coletânea "As 14 Mais - Vol.
1", da gravadora Columbia. Ainda em 1960, lançou seu segundo LP,
"Novamente Sérgio Murilo", com acompanhamento da Orquestra e Conjunto
Bob Rose, no qual interpretou "Broto Legal” (I'm In Love); "Something
Happened"; "Quando Ela Sai” (Shy); "Ding-a-ling"; "Trem do Amor” (One
Way Ticket To The Blues); "It's Time To Cry"; "Pagando Trinta” (Love
Song From Beauty And The Beast); "My Home Town"; "Querida” (Believe
Me); "Shimmy Shimmy Ko-ko-bop"; "O Rock É Bom de Dançar” (You Gotta
Learn You Rhythm And Blues) e "Pretty Blue Eyes".
Nos finais de tarde dos sábados, entre 1960 (19 anos) e 1962, Sergio Murilo
apresentou na TV Tupi do Rio o programa “Alô Brotos”. Junto com ele
estava Sônia Delfino. Acompanhados pelo conjunto de Oscar Castro Neves, o
programa recepcionou iniciantes como Roberto Carlos, Wilson Simonal,
Jorge Ben e Wanderléa.
Em 1961, gravou o LP "Baby" trazendo as músicas "Domingo de Sol";
"Baby"; "Tu És Tudo Para Mim” (You Mean Everything To Me); "Minha
História de Amor” (The Story Of My Love); "Um Só Momento"; "Biquini de
Bolinha Amarelinho Tão Pequenininho” (Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow
Polka Dot Bikini); "Merci Meu Bem” (Merci Paris); "O Sininho da Matriz";
"Balada do Homem Sem Rumo"; "Abandonado” (Only The Lonely),
Roy Orbison; "Tu Serás" e "Teenage Dance”.
No mesmo ano, sua gravação para a balada "Domingo de Sol", de Rutinaldo
e Vicente Amar, foi incluída na coletânea "As 14 Mais - Vol. VI", da CBS.
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1962 - Celly e
Sergio
Rainha e Rei do Rock Brasileiro |
Em 1962 (aos
20 anos) a
Revista do Rock, após votação dos leitores, o coroou Rei do Rock
brasileiro,
principalmente por suas interpretações de versões
de sucessos norte-americanos. A rainha do Rock foi Cely Campello, de São
Paulo.
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1965 - Capa da
Revista
São Paulo na TV - maio |
"A carreira de Sergio Murilo era
considerada uma das mais promissoras de todo o Brasil... uma desavença
com sua gravadora redundou num corte abrupto na sua ascensão...
ficou dois anos sem gravar até que o contrato com sua gravadora
terminasse, o jovem cantor não conseguiu rescisão ou anulação do
compromisso... decidiu abandonar sua carreira no Brasil e tentar a sorte
em outros lugares. Visitou vários países da América do Sul, e conseguiu
a custa de muito esforço e dedicação um lugar de real destaque."
- Revista São Paulo na TV - maio de 1965 Em 1963 se apresentava com grande sucesso no Peru, onde recebeu os prêmios
de "Artista estrangeiro mais popular" e "Microfone de prata".
Chegou a morar por lá.
A partir de 1964 passou a gravar pela RCA Victor, na qual estreou com o
compacto simples: "Festa de Surf", de Carlos Imperial, e "Dá-me
Felicidade” (Free Me) versão de Rossini Pinto. Em seguida, lançou o LP
"SM 64", que marcou uma mudança em seu repertório até então baseado em
twists e versões de sucessos de Paul Anka e Neil Sedaka. Nesse LP
registrou as composições "Lá Vai Ela"; "Festa de Surf"; "Novo Vai e
Vem"; "Sinfonia do Castelinho"; "Rei da Brotolândia", "Duas
Bonequinhas", de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, autores que começavam a
dar nova cara ao rock no Brasil, além de "Isto É o Que Resta ao Fim de
Um Amor” (Cio' Che Rimane Alla Fine Di Um Amore); "Três Estrelas
Brilharão Esta Noite” (Three Stars Will Shine Tonight); "Dá-me
Felicidade” (Free Me); "Estrada da Barra"; "No Ano Setenta", e "Presta
Atenção".
Em 1965, lançou o compacto simples "Te Agradeço Porque" (Ti Ringrazio
Perché), versão de Aldacir Louro e "Você É de Chorar", de José Messias,
e em seguida, o compacto duplo "Sérgio Murilo" que incluiu as músicas "Lucifer",
de Baby Santiago; "Dançando O Letkiss” (Doin' The Jenks), versão de
Rossini Pinto; "Shake", versão de Erasmo Carlos, e "Para Esquecer Você",
de Rossini Pinto e Valdir Correia.
Sérgio Murilo também foi um dos primeiros cantores brasileiros de rock a
mexer os quadris ao estilo Elvis Presley e também é considerado como um
dos pioneiros do rock pauleira por lançar a música "Lúcifer", bastante
criticada por ser muito avançada para a época.
Depois dessa época sua carreira já entrava em decadência, mas chegou a
ser cogitado para apresentar o programa "Jovem Guarda":
“... Sergio Murilo teria sido
provavelmente o ídolo mais importante do rock brasileiro em sua primeira
fase”. Mas com uma premiada carreira pela América Latina, acabou se
distanciando do mercado fonográfico brasileiro. Não foi cotado para
apresentar o programa Jovem Guarda por ser homossexual.”
- Livro: Jovem Guarda - Em ritmo de aventura - Marcelo Froes,
pesquisador, produtor musical escritor e advogado - 2000.
Outro nome cotado para apresentar o programa foi o de Tony Campello, mas
também descartado por ter se casado pouco antes.
Por conta do grande sucesso alcançado no Peru Sergio gravou, ainda em
1965, o LP "El muchacho de oro del Brasil", todo em castelhano, com
interpretações de músicas como "No Quisiera" e "Cuando Salga El Sol",
"Lagrimas" e "Al Compas Del Amor”.
1966, lançou um último LP pela RCA Victor interpretando "O Dragão";
"Parece Mentira"; "O Pequeno Gastronauta"; "Não Tenho Ninguém” (As Tears
Go By); "Ilusão Perdida"; "Por Mim Vai Chorar"; "Ontem"; "O Pão"; "Eu Te
Saúdo Madame” (Je Vous Salue Madame); "Ela Tem Que Ser Meu Bem";
"Brotinho Apaixonado (I'm Gonna Get Married)", e "Incurably Romantic".
No mesmo ano, lançou seu primeiro disco pela gravadora Continental, um
compacto simples com as músicas "Coraçãozinho” (Piccolo Cuore), e
"Açúcar” (Zucchero).
1968, lançou seu primeiro LP pela gravadora Continental com as
músicas "A Felicidade” (La Felicidad); "Romeu e Julieta” (Romeo Und
Julia); "Lili Marlene” (Lili Marleen); "Playboy"; "Comemoração” (Congratulations);
"A Tramontana” (La Tramontana); "Dessa Eu Escapei"; "Há Sempre Um Sol
Que Volta” (Immer Wieder Geht Die Somne Auf); "A Um Passo do Amor” (Step
Inside Love), "O Que Somos Na Vida” (Aujourd'Hui C'est Toi) e "É o Fim”
(Trink Summer), e "Se Tu Queres Deixar-me” (Se Tu Me Vuoi Lasciare).
1969, lançou compacto duplo com as músicas "M... De Mulher” (F... Comme Femme); "Coraçãozinho” (Piccolo Cuore) e "Açúcar” (Zucchero); "O
Que Somos Na Vida” (Aujourd'Hui C'est Toi). No mesmo ano, lançou LP com
composições novas de vários autores brasileiros. Foi também lançado no
Peru, país onde conseguiu razoável sucesso, o LP "Sérgio Murilo em
castellano" com a interpretação de músicas versionadas para o
castelhano. Final desse ano gravou o tema tradicional "Sinos de Belém"
(Jingle Bells), com adaptação de Evaldo Ruy, para o LP "Natal Feliz",
da Continental.
Com seu sucesso em decadência no Brasil, existem notícias de que
trabalhou cantando no Peru e também a gravar seus discos até o início
dos anos 70.
No final da década de 1960 e início 1970 gravou vários compactos pelo
selo Continental, porém sem obter sucesso. Em 1970, lançou compacto
simples com as músicas "Tenho” (Tengo) e "A Guitarra” (Joue Guitarre).
1975, foi lançada pelo selo Entré/CBS o LP "Os grandes sucessos de
Sérgio Murilo", que incluiu sucessos como "Marcianita"; "Oh! Carol";
"Broto Legal" e "Adam And Eve", entre outros.
1976 sua interpretação da balada "Broto legal" voltou às paradas de
sucesso ao ser incluída na trilha sonora da novela "Estúpido cupido", da
TV Globo, sendo ainda relançada pela CBS em compacto simples trazendo no
outro lado o sucesso "Marcianita".
Em 1989
lançou, de forma independente, o LP "Sérgio Murilo", com coletânea de
seus antigos sucessos, e também algumas músicas inéditas, mas vendeu
pouquíssimo..
Depois disso muito pouco se conhece a respeito de sua carreira e de sua
vida. Sabe-se apenas que se formou em Direto pela Faculdade Cândido
Mendes e por muitos anos trabalhou como advogado. Também existem
notícias que gravou em 1978 músicas em ritmo de discoteca no Peru,
incluindo a música "Eu Sou a Mosca Que Pousou na Sua Sopa" de autoria de
Raul Seixas, em estilo discoteca.
Sérgio Murilo morreu no dia 19 de fevereiro de 1992, aos 50 anos.
Noticia do falecimento de Sergio Murilo em 1992 em jornal não
identificado:
“O cantor Sergio Murilo morreu em 19
Fevereiro 1992, às 4:10, aos 50 anos, de atrofia cerebral e
insuficiência renal em sua casa em Copacabana. Mergulhara numa depressão
profunda segundo sua irmã Angelica Maria Rosa Lerner, desde o
lançamento, em 1989, de discos que não obtiveram nenhuma resposta do
público.
Mais de 30 pessoas compareceram ao velório do Cemitério do Catumbi. O
sepultamento ocorreu às 16:00 horas.”
Em 2000, teve seus LPs do período de 1959
a 1962 relançados pela Sony na coleção "Jovem Guarda". Teve gravações
incluídas em mais de 20 coletâneas de sucessos.
Seu nome porém foi sendo esquecido e nos dias atuais são muito poucas as
referências encontradas a seu respeito.
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