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REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA de 1932
"A GUERRA ESQUECIDA"
1932 / 2025  (93 ANOS)

 

ALDO CHIORATTO E A REVOLUÇÃO DE 1932
"O menino escoteiro herói na Revolução"

Parte 1 - Os escoteiros

 

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Os Escoteiros na Revolução Paulista
A participação dos Escoteiros na revolução constitucionalista foi a mais ampla possível.
Servindo a Cruz Vermelha Brasileira ajudando nos hospitais, entregando mensagens, atuando nas atividades de logística e, inclusive, apoiando os homens na frente de batalha.

Aldo Chioratto

Única foto dele na Internet

Nasceu em Campinas, no dia 05 de outubro de 1922 e fazia parte de uma família de classe média muito conhecida na cidade, seu pai, João Chioratto, era dono de uma tinturaria na região central e sua mãe se chamava Ada.
João Chioratto (seu pai) nasceu em 1892, em Campinas, casou-se com Ada Rosina Nepoti e tiveram pelo menos 5 filhos e 2 filhas (os dois últimos morreram logo após o nascimento, "não confirmado"), faleceu em 9 de abril de 1950, em sua cidade natal, com 59 anos.
Aldo era aluno do Grupo Escolar Orozimbo Maia,
pertencia ao Associação de Escoteiros Ubirajara e foi incorporado nas tropas paulistas como mensageiro, requisitado que foi pelo Coronel Mário Rangel.
Gozava de grande estima dos Oficiais do Quartel General pela sua vivacidade e simpatia. Seu trabalho era transportar a correspondência da estação ferroviária até o Quartel, em Campinas.

De acordo com o professor da PUC-Campinas Luiz Roberto Saviani Rey, 18 de setembro era um domingo, e após a entrega da correspondência, ele iria passear na casa de um tio com a mãe, por isso, ela também estava na estação quando o "vermelhinho" (como eram chamados os aviões federalistas) disparou as bombas.
"Na hora que o vermelhinho baixou, todo mundo saiu para ver. O avião disparou três bombas. Uma delas caiu no teto da estação, uma caiu numa casa e a outra caiu na rua e matou o menino. Mais 20 pessoas ficaram gravemente feridas", explica.

A criança foi enterrada em Campinas, mas na década de 60 teve seus restos mortais transferidos para o Mausoléu Constitucionalista, onde agora repousa ao lado de outros tantos heróis dessa epopéia.
Segundo a Polícia Militar, o "menino herói" está em lugar de destaque no monumento junto com generais e capitães, por sua bravura.
No obelisco estão também os estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo (M.M.D.C.), que deram nome ao movimento da resistência paulista contra a ditadura.

Um dos panfletos

Sem surpresa
No entanto, o professor Luiz Roberto destaca que o bombardeio não foi uma surpresa para os campineiros, na mesma semana, aviões federais já haviam sobrevoado a cidade e jogaram panfletos alertando a população, também realizaram pequenos disparos, mas sem nenhuma vítima.

Os ataques aéreos tiraram a tranquilidade de uma cidade que até então não tinha envolvimento direto com o conflito, já que não possuía trincheiras. Tentando acalmar a população, o comando revolucionário da cidade também emitiu avisos aos moradores sobre como proceder em caso de bombardeio, um deles, inclusive, foi distribuído no dia da morte da criança.

"- Os paulistas já estavam perdendo a batalha em Itapira. Os dois mil voluntários de Campinas já tinham sido derrotados. E decidiram bombardear a Estação da Paulista para evitar o envio de mais soldados e alimentos, porque era um importante entroncamento ferroviário, tinha a Paulista e Mogiana", ressalta o professor.
A revolução estava no seu auge; centenas de vidas já se haviam perdido e São Paulo resistia graças aos seus valorosos soldados e voluntários.
Campinas, por ser entroncamento ferroviário, era muito assediada pela aviação “Legalista” que, com seus “Vermelhinhos” castigava constantemente a cidade e seus postos de resistência.
Em um desses ataques, logo pela manhã do dia 18 de setembro, uma série de estilhaços (13 ao todo) atingiram o bravo escoteiro que mesmo ferido mortalmente não abandonou seu bornal de mensageiro. Ele estava entregando correspondência e o local, segundo levantamento feito por Chico Marcondes, foi o corredor de uma residência no centro próximo à estação da estrada de ferro Cia. Mogiana e Paulista.
Aldo Chioratto não resistiu a tão forte ferimentos em seu frágil e valente corpo, e veio a falecer.
Aquela criança morria (mais uma na conta do ditador Getulio Vargas), sacrificada no altar medonho da guerra; aquela criança que, acima de tudo fora leal à sua terra, não respirava mais, mas começava a viver para a eternidade na lembrança dos seus companheiros, do seu chefe, de seus pais, na lembrança do escotismo de São Paulo.

Últimas palavras
Quem lê, pesquisa e estuda sobre Revolução de 32, não consegue entender aquele entusiasmo de crianças e mulheres fazendo roupas e capacetes para os soldados.
Aqueles que tiveram a oportunidade de viver seu ideal escoteiro naquela ocasião sempre se orgulharam de usar seu lenço escoteiro e dizer: “Eu estive lá e cumpri meu dever de ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião!”
Aldo Chioratto é para o escotismo paulista, o protótipo do escoteiro. É, na realidade, a personificação do segundo mandamento da lei escoteira: “o Escoteiro é leal”; foi leal no cumprimento os seus deveres, foi leal aos princípios e à necessidade de ser responsável, mesmo que isso tenha lhe custado a própria vida.

Que sua lembrança jamais seja apagada, e que o 9 de Julho siga sendo, para todos nós, uma data sagrada de resistência e memória, em Aldo repousa o espírito de um povo que nunca se ajoelhou. São Paulo não esquece, São Paulo não perdoa!

Vejam a parte 2 - A Revolução

 
Monumento aos heróis de 32 em Campinas
Poema de Paulo Bomfim à Aldo Tumulo no Mausoléu


Texto inspirado no site do Grupo Escoteiro Tapajós, a.crescido de material do G1 e do site
Guardiões de 32
https://getapajos.wordpress.com/aldo-chioratto-e-a-revolucao-de-1932/

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/07/escoteiro-morto-em-ataque-aereo-em-campinas-e-um-dos-herois-de-32.html

Acessem também o Wikipedia: pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932
 



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